O Brasil está entre os maiores produtores agrícolas do mundo. O fato também leva o país a ter uma grande propensão a invasão de plantas daninhas nas culturas. Entre as mais perigosas, a buva se destaca. Essa planta daninha costuma impactar a produção de soja e o milho, […]
O Brasil está entre os maiores produtores agrícolas do mundo. O fato também leva o país a ter uma grande propensão a invasão de plantas daninhas nas culturas. Entre as mais perigosas, a buva se destaca.
Essa planta daninha costuma impactar a produção de soja e o milho, dois grãos extremamente importantes para a agricultura nacional. Além de consumir os nutrientes que iriam para a cultura, a buva prejudica o desenvolvimento do plantio.
Neste artigo, vamos explicar mais sobre as suas características, prejuízos por ela causados e também quais as melhores práticas do manejo para evitar a disseminação delas.
Também conhecida como voadeira, rabo de foguete e arranha gato, a buva (Conyza bonariensis) é uma planta daninha invasora e amplamente encontrada nas regiões Centro Oeste, Sudeste e Sul do país. Ela se reproduz anualmente por meio de sementes que costumam germinar no outono e inverno e têm seu ciclo finalizado no verão.
Por se dispersar facilmente, a sua espécie é considerada agressiva para as culturas, como a da soja. Para se ter uma ideia, uma única planta daninha dessa família pode produzir cerca de 100 mil sementes e ter uma dispersão de 100 a 500 metros dependendo da planta mãe. Além disso, pode chegar a 2,5 m de altura. A buva também tem forte resistência a herbicidas, o que dificulta ainda mais o seu controle.
Algumas características variam conforme o grupo ao qual a buva pertence. O gênero Conyza é composto por diferentes espécies, sendo as mais comuns a Conyza bonariensis, Conyza sumatrensis, predominantes no Brasil, e Conyza canadensis. Basicamente, os aspectos que as diferenciam são:
Os impactos causados pela buva nas plantações começam pelo prejuízo no rendimento da cultura. Por exemplo, quando essa planta daninha é encontrada na soja, ela reduz o desenvolvimento da cultura. Em alguns casos, pode cortar 80% da produção.
Isso acontece devido ao seu efeito alelopático sobre as culturas, ou seja, ela inibe a germinação de grãos, por exemplo.
Outro ponto é o fato da buva ser mais resistente ao uso de herbicidas, como citado. Isso faz com que haja uma maior dificuldade no seu manejo, já que ela se dissimina com mais facilidade pelo campo.
Além do mais, a buva é responsável por reduzir a qualidade da produção das lavouras, aumentando as impurezas e umidade da cultura, o que prejudica o produtor na hora de comercializar o seu produto para o mercado.
O manejo de plantas daninhas de difícil controle, como é o caso da buva, exige um bom conhecimento sobre o histórico da área onde ela foi encontrada, sistema de produção e as práticas de manejo usadas, a fim de identificar as lacunas e poder lidar melhor com esse problema. Conheça algumas dicas para aplicar e evitar que a buva se alastre!
Uma ação que pode ser tomada a fim de controlar a disseminação dessa planta daninha é optar por culturas que permitam a maior cobertura do solo. Isso porque a buva precisa de radiação solar para germinar, logo, ao adotar essa prática é possível reduzir consideravelmente a presença da planta nas áreas de cultivo.
A rotação de culturas entre plantações também previne o seu aparecimento, quebrando o ciclo de desenvolvimento da buva.
Algumas práticas são especialmente importantes no caso da buva. Fazer a rotação do princípio ativo dos produtos é uma delas. Caso haja plantas resistentes, fazer o uso do mesmo defensivo químico pode prejudicar ainda mais a extinção da mesma.
Se mesmo após a aplicação, for identificado algumas daninhas que sobreviveram, é indicado arrancá-las por meio de capina. A prática também ajuda a evitar a disseminação das sementes.
Limpar máquinas e equipamentos usados no plantio e colheita também se faz necessário. Isso porque eles podem passar por áreas infestadas e disseminar as plantas daninhas. A ação tem ainda mais peso quando os equipamentos são compartilhados e alugados por outros produtores.
O inverno é uma época especialmente importante para a redução do número de plantas daninhas e evitar o crescimento da buva, facilitando o controle com herbicidas quando feitas as pré-semeaduras no verão.
Enquanto estiver na entressafra da sua cultura principal, cultive na área o centeio e a aveia. Ambas são responsáveis por reduzir a presença da buva no local, se comparada com as áreas que ficam desprotegidas. Ao associar esse plantio com o controle químico é possível ter um resultado mais satisfatório.
A buva tem mais dificuldade de se desenvolver quando germina em culturas com efeito supressor, como é o caso do centeio e da aveia. O que acontece é que ao final do ciclo da cultura, a planta daninha aparece menor e é controlada com maior facilidade quando feito o manejo de outra cultura, como o caso da soja e do milho.
Quando for utilizar os defensivos é importante lembrar dos herbicidas pré-emergentes, eles ajudam a controlar as plantas daninhas ainda no solo e em forma de semente, viabilizando o plantio da cultura.
No caso dos herbicidas pós-emergentes, é interessante priorizar a dessecação da buva em seus estágios iniciais de desenvolvimento, visto que isso ajuda a torná-la mais vulnerável à ação do defensivo.
Como você pôde conferir ao longo do artigo, a buva é um sinal de alerta quando presente na lavoura. Afinal, essa planta daninha pode gerar grandes prejuízos para a sua safra. Conhecer boas práticas de manejo e atuar de maneira preventiva é essencial para eliminá-las.
Já conhecia a buva? Quer continuar lendo artigos sobre plantas daninhas e outros assuntos? Não deixe de conferir este artigo sobre agressividade de plantas daninhas.
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