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Herbicidas: tipos, mecanismos de ação e tudo o que você deve saber

6 min de leitura

Conheça as diferentes maneiras de ação dos herbicidas e como eles devem ser aplicados nos cultivos, garantindo mais eficiência e menos riscos. Todo plantio principal pode acabar concorrendo por nutrientes com plantas daninhas, isso faz com que os nutrientes da […]

por Giovanna Vallin
23 de março de 2022
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Aplicação de herbicida

Conheça as diferentes maneiras de ação dos herbicidas e como eles devem ser aplicados nos cultivos, garantindo mais eficiência e menos riscos.

Todo plantio principal pode acabar concorrendo por nutrientes com plantas daninhas, isso faz com que os nutrientes da terra sejam divididos entre as culturas. Dessa forma, o plantio principal é prejudicado, tanto no crescimento quanto na produtividade

É aí que entra a ação dos herbicidas, um dos tipos de agrotóxico ou defensivo agrícola que permite ao produtor rural usar melhor todos os nutrientes da terra, garantindo que a cultura não sairá prejudicada. 

O fato é que existem diversos tipos de herbicida, cada um com suas peculiaridades. Quais são elas e o que é de mais importante para se levar em conta? Leia o texto para compreender. 

O que são herbicidas?

Os herbicidas são produtos biológicos ou químicos usados para controlar o crescimento e nascimento das daninhas nas terras, evitando que essas concorram com os cultivos.  

Assim, o uso de herbicidas consegue prevenir a interferência das plantas daninhas principalmente no início do ciclo, período no qual esse tipo de planta causa as maiores perdas nas culturas.  

 Herbicidas são essenciais quando encontramos espécies de daninhas de difícil controle após a emergência do plantio (os dias logo após a semeadura) ou quando as plantas daninhas são indesejáveis durante todo o ciclo da cultura, como no caso de áreas destinadas à produção de sementes.  

Outro ponto interessante é que o uso de herbicidas proporciona um controle mais efetivo às linhas de plantio — em geral, outros métodos de controle não contam com a mesma eficiência. 

Pontos altos do uso de herbicida;

Podemos falar em: 

  • Aplicação mais flexível; 
  • Menor mão de obra; 
  • Menos uso de maquinário; 
  • Prevenção de interferência precoce. 

Pontos baixos do uso de herbicida

São eles: 

  • Maior investimento em EPIs para a aplicação; 
  • Mão de obra qualificada, evitando erros de aplicação; 
  • Necessidade de compreensão e estudo da terra, além de rotatividade de plantio, para não usar herbicidas com alta toxicidade. 

Como os herbicidas são classificados?

Herbicida nas plantas

A classificação dos herbicidas acontece de acordo com suas características de ação, permitindo que sejam agrupados de acordo com a época de uso, seletividade, estrutura química e jeito de agir. Abaixo, nós trazemos mais detalhes. 

Seletivos 

São aqueles que irão afetar a planta daninha, mas não a cultura manejada. Essa classificação acontece pela forma como o herbicida afeta a planta daninha. Aqui, fatores como o estágio de desenvolvimento das plantas, condições climáticas durante a aplicação e quantidade de dose aplicada influenciam os efeitos que os herbicidas causam nas plantas daninhas e nas espécies cultivadas. 

Vale dizer que o efeito de herbicidas seletivos não é prejudicial às espécies de interesse além de um nível que elas não possam se recuperar. A categoria de seletividade ainda se subdivide em: 

  • Seletividade genuína (fisiológicos ou biológicos), ou seja, a planta pode metabolizar o herbicida em compostos pouco ou não tóxicos; 
  • Seletividade adquirida, modificação genética nas plantas que as possibilita adquirir tolerância a determinado herbicida. 
  • Seletividade toponímica, quando ele não entra em contato com a cultura cultivada, apenas as sementes ou nas plantas daninhas. Nessa seletividade, a aplicação do produto acontece diretamente no solo ou nas plantas daninhas através de aplicação dirigida, após o plantio das espécies principais. 

Não-seletivos

São os herbicidas que agem de maneira indiscriminada em todas as espécies de plantas. São recomendados para uso como dessecantes ou em aplicações dirigidas, como diquat e glyphosate.  

A boa notícia é que, com a biotecnologia, é possível tornar uma planta que era suscetível a determinado herbicida não-seletivo, resistente ao mesmo. Isso acontece com a soja transgênica, que se torna resistente ao glyphosate. 

Quando devemos aplicar os herbicidas?

Aplicação de herbicida com máquina

Existem três momentos. O primeiro é no pré-plantio, para efeito de controle da população inicial de plantas daninhas, em geral são os produtos seletivos. 

Além disso, os herbicidas podem ser usados no pós-plantio como pré-emergente ou pós-emergente, sejam eles seletivos ou não. 

E quanto à translocação dos herbicidas?

Existem os de uso tópico e de uso sistêmico. Veja as explicações na sequência. 

Herbicidas tópicos

Também conhecidos como de contato. Eles agem de forma limitada, provocando danos apenas , no local de contato direto com os tecidos das plantas. 

O fato é que a mobilização desses herbicidas na planta é baixa, o que pede uma pulverização de boa cobertura.  

Herbicidas sistêmicos

Têm alta capacidade de translocação dentro da planta daninha. Sua ação acontece tanto perto quanto longe do local em que o produto foi aplicado. Em geral, o deslocamento desse herbicida acontece pelo xilema, tecido que transporta a água, pelo floema ou ambos. 

Antes de aplicá-los, é preciso considerar o clima e a umidade do solo. Por exemplo, períodos de chuva após a aplicação podem interferir na translocação de produtos, tornando-a mais lenta. Além disso, aplicar a favor do vento também é mais interessante. 

Como funcionam os mecanismos de ação dos herbicidas?

Podemos dividi-los em dois grupos, os enzimáticos e não enzimáticos. Os enzimáticos agem diretamente sobre alguma enzima do metabolismo da planta daninha, já os não-enzimáticos causam algum evento metabólico à planta, mas sem ligação a enzimas. 

Conheça quais são eles: 

Enzimáticos Não-enzimáticos 
ACCase (inibe a enzima enzima acetilcoenzima A carboxilase) Mimetizadores de Auxina: vão atuar com ação semelhante à auxina na planta, porém em maior quantidade, causando um desequilíbrio desse hormônio na planta 
ALS ou AHAs (inibe a enzima acetolactato sintase (ALS ou AHAS) Biossíntese de lipídios (não-ACCase): inibe a síntese de lipídios, proteínas, isoprenóides e flavonoides 
Inibidores da biossíntese de Carotenóides (inibe a enzima 4-HPPD e outra ainda desconhecida) Divisão celular: inibe a divisão celular no arranjo de microtúbulos e na biossíntese de ácidos graxos de cadeia muito longa 
EPSPs (inibe a enzima 5-enolpiruvil chiquimato-3-fosfato sintase) Inibidores do FSI: inibe o transporte de elétrons no fotossistema I 
Glutamina GS (inibe a enzima glutamina sintetase) Inibidores do FSII: inibe o transporte de elétrons no fotossistema II 
Protox ou PPO (inibe a enzima protoporfirinogênio oxidase PROTOX ou PPO) 

E quanto aos cuidados na hora de aplicar herbicidas?

Como todo defensivo agrícola, o uso deve ser cuidadoso para não provocar danos ao meio ambiente e a quem faz o manejo do herbicida. Por isso, é importante considerar algumas medidas: 

  • usar de EPIs e pulverizadores apropriados; 
  • conhecer o solo, as daninhas da região e o tipo de cultura a fundo, para que sejam usados os herbicidas corretos; 
  • ler o rótulo dos produtos e fazer o manejo de acordo com as recomendações; 
  • jogar fora as embalagens dos herbicidas de acordo com as boas práticas, evitando a contaminação do ambiente e de quem cuida do lixo; 
  • conhecer a melhor época de aplicação, já que o controle das daninhas pode ser feito por etapas; 
  • entender a necessidade de usar adjuvantes agrícolas com os herbicidas, garantindo melhor eficácia de aplicação. 

 
Além disso, você pode consultar o sistema Agrofit para entender as possibilidades de herbicidas no Brasil de acordo com as diferentes culturas. 

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