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Conheça os tipos de nematoides e saiba como combatê-los

9 min de leitura

De acordo com Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), a presença de nematoides na lavoura causa prejuízos em torno de R$ 35 bilhões por ano ao agronegócio nacional. Portanto, conhecer os principais tipos de nematoides e saber combatê-los é fundamental para […]

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Imagem mostra a infestação de nematoides na plantação de soja

De acordo com Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), a presença de nematoides na lavoura causa prejuízos em torno de R$ 35 bilhões por ano ao agronegócio nacional. Portanto, conhecer os principais tipos de nematoides e saber combatê-los é fundamental para evitar perdas na produtividade de diversas culturas.

Neste artigo vamos explicar o que são nematoides, mostrar os principais tipos e explicar como identificá-los e combatê-los de forma eficaz.

Acompanhe a seguir!

O que são nematoides?

Os nematoides são um grupo de vermes, que possuem o corpo em formato cilíndrico, geralmente alongado e com as extremidades afiladas. Naturalmente presentes no solo, essas pragas podem prejudicar absorção de água e nutrientes e comprometer a vitalidade das plantas.

Em geral, existem mais de 100 espécies, com aproximadamente 50 gêneros, que afetam de forma direta os cultivos de soja, algodão, milho, cana-de-açúcar e outros.

Tipos de nematoides

Existem nematoides de várias espécies, que atingem diferentes tipos de culturas. Conheça os principais a seguir!

Meloidogyne

Também conhecido como nematoide das galhas, esse gênero possui diversas espécies como a Meloidogyne incognita, M. Javanica e M.exigua, e tem ocorrência generalizada no Brasil, nas culturas de soja, algodão, feijão e cana-de-açúcar.

Em geral, esse tipo de nematoide é classificado como endoparasitas, já que agem por meio da penetração das raízes das plantas, onde estabelecem um sítio de alimentação e formam células enormes ao redor do mesmo.

Na prática, as plantas atingidas por esses nematoides têm suas raízes gravemente danificadas e suscetíveis ao ataque de fungos e bactérias, o que pode levar ao apodrecimento.

O Meloidogyne surge, com mais frequência, em regiões de clima quente, incluindo as regiões tropicais e subtropicais.

Sintomas: causam o engrossamento das raízes, em forma de nódulos ou tumores. Assim, o sistema radicular perde sua eficiência na absorção de água e nutrientes, o que afeta o crescimento das plantas.

Principais culturas afetadas: soja, algodão, feijão, cana-de-açúcar, tabaco, café, plantas forrageiras, hortaliças e frutíferas.

Heterodera

As espécies de nematoides deste gênero, também recebem o nome de nematoides de cistos. Isso porque as fêmeas se alimentarem das células radiculares, e crescem, mudando seu formato até ficarem parecidas com um limão.

Como resultado, ficam apenas com parte do corpo ligada a raiz e a outra parte para fora. No corpo da fêmea ocorre a maturação dos ovos, cerca de 200 a 500 ovos. Posteriormente, a cutícula do corpo da fêmea engrossa e escurece, até sua morte, com isto fica o cisto, que nada mais é do que o corpo da fêmea morta protegendo os ovos.

Esse gênero, normalmente, é encontrado em regiões produtoras de soja no Brasil, sendo que sua disseminação ocorre, principalmente, por meio do transporte de solo infestado.

Imagem de uma folha com os sintomas da infestação por Heterodera glycines

Planta com sintomas do nematoide Heterodera

Sintomas: plantas com porte reduzido, plantas cloróticas em reboleiras, redução do sistema radicular, morte das plantas.

Principais culturas afetadas: soja, feijão, ervilha e tremoço. 

Globodera

O nematoide globodera rostochiensis consiste em um cisto de cor amarelada que possui

forma esférica e mede entre 0,5 mm e 1 mm. Ele aparece na raiz das plantas da família solanáceas, da qual a batata faz parte.

Como os sintomas dessa espécie demora aparecer na parte superior da planta, o diagnóstico tende a ser tardio.

Sintomas: plantas apresentam clorose e ficam murchas nos horários mais quentes do dia, crescendo pouco devido ao problema hídrico e à má nutrição.

Principais culturas afetadas: batata, tomate e berinjela

Pratylenchus

Conhecido como nematoide das lesões radiculares, essa espécie é filiforme e possui movimento intenso. Em geral, agem penetrando nas células radiculares, se alimentando do conteúdo celular e injetando secreções de ação tóxica.

Como resultado, as células morrem após a saída do nematoide, provocando consequentemente as lesões necróticas.

Nematoide Pratylenchus (nematoide de lesões)

Nematoide Pratylenchus (nematoide de lesões)

Sintomas: redução do sistema radicular, lesões nas raízes e diminuição da produção. 

Principais culturas afetadas: arroz, trigo, milho, forrageiras, cana-de-açúcar, algodão, soja, café, citros, batata, plantas ornamentais e olerícolas.

Rodopholus

O Rodopholus também é chamado de nematoide cavernícola. Isso se deve ao sintoma que ele é capaz de causar no córtex das raízes e no rizoma de bananeiras.

Seus ataques podem causar sérios danos as culturas de banana e marantas, podendo comprometer até 100% da produção.

Em situações onde ocorrem ataques severos, as plantações de banana podem tombar devido à ação do vento e peso dos cachos.

Sintomas: podridão, as raízes atacadas apresentam extensas áreas mortas de coloração avermelhada, podendo ocorrer o tombamento das plantas.

Principais culturas afetadas: banana e marantas.

Rotylenchulus

O Rotylenchulus é conhecido como nematoide reniforme. Em geral, ele causa o subdesenvolvimento das plantas e consequentemente a redução da produtividade.

Além disso, ele é responsável por prejudicar a passagem de água e nutrientes das raízes para as folhas, resultando no amarelecimento das folhas, redução no porte das plantas e queda na produção.

Sintomas: redução no tamanho das plantas, clorose internerval (sintoma carijó).

Principais culturas afetadas: algodão, soja, tomate, melancia, melão, maracujá e feijão.

Nacobbus

O Nacobbus também recebe o nome de nematoide de falsas galhas. Afinal, ele é um parasita que ataca o sistema radicular das plantas de forma mais discreta, formando galhas menos aparentes.

No entanto, o impacto desse invasor é altamente prejudicial, já que ele se alimenta do conteúdo das raízes, resultando assim, na extração do vigor e vitalidade das plantas. Como consequência, elas perdem a capacidade de absorver os nutrientes essenciais para o seu crescimento e desenvolvimento saudável.

Sintomas: crescimento atrofiado, amarelamento das folhas e redução da produtividade. 

Principais culturas afetadas: batata, tomate, pimenta, cenoura, alface, repolho e ervilha. 

Tylenchulus

Esse gênero é conhecido como nematoide dos citros, pois ataca principalmente as plantas cítricas, que podem apresentar raízes infectadas, ligeiramente engrossadas e com aspecto sujo.

Vale destacar que os sintomas demoram para aparecer na parte aérea das plantas, já que a população desses nematoides fica concentrada nas raízes. Normalmente, os efeitos adversos do parasitismo começam a ser notados após o nematoide atingir 8 a 10 anos.

Sintomas: raízes: raízes ligeiramente engrossadas e com aspecto sujo, subdesenvolvimento e queda na produtividade.

Principais culturas afetadas: culturas de citros (laranja, limão e tangerina) e em raros casos as oliveiras, caquizeiro e videira.

Como identificar nematoides no solo e nas plantas?

De maneira geral, identificar a presença de nematoides na lavoura não é tão simples. Afinal, para averiguar esse eles estão presentes nas plantas, é necessário removê-las inteiras do solo, para então enxergar os ovos que ficam grudados nas raízes.

Por isso, o produtor precisa fazer o monitoramento constante da lavoura e ficar atento aos sintomas de subdesenvolvimento das plantas como:

  • Perda de vigor, amolecimento e enfraquecimento;
  • Folhas amareladas ou com pontos necróticos;
  • Abortamento de vagens e frutos;
  • Presença de galhas nas raízes.

Após notar esses sintomas será necessário realizar o diagnóstico de infestação por meio de análises laboratoriais do solo e das plantas infectadas.

Diagnose dos nematoides

O tipo de nematoide pode ser identificada por meio de uma amostragem do solo (solo + raiz).

A coleta pode ser feita tanto na fase de pré-plantio quanto nas etapas posteriores de desenvolvimento da cultura. Assim, é possível reduzir prejuízos e amenizar perdas.

Algumas dicas:

  • Recomenda-se coletar em torno de 15-20 subamostras por hectare em profundidade de 20 a 30 cm ao redor das plantas;
  • Após a coleta, as subamostras devem ser homogeneizadas em sacos de polietileno, formando amostras compostas de cerca de 400 a 500g de solo homogeneizado e 200 a 300 gramas de raízes coletadas aleatoriamente;

A amostra deve ser identificada e enviada para um laboratório especializado. A ação de combate contra o organismo só deve ser feita com o diagnóstico concluído.

Manejo de nematoides em grandes culturas

Para realizar o controle dos nematoides e evitar o surgimento dessa praga nas áreas de plantio, é fundamental adotar algumas medidas de prevenção. Veja quais são:

  • Limpar os reservatórios de água e canais de irrigação.
  • Optar pelo uso de mudas produzidas em substratos esterilizados.
  • Lavar, com bastante cuidado, as máquinas e implementos agrícolas, principalmente após a utilização em áreas infestadas pelos vermes.
  • Evitar o acesso de pessoas e animais domésticos em áreas infestadas.
  • Não realizar plantios consecutivos com culturas suscetíveis ao verme.
  • Adotar a rotação de culturas com gramíneas, como milho e sorgo, pois elas ajudam a reduzir a população de nematoides.
  • Priorizar o uso de cultivares resistentes.
  • Expor as camadas profundas do solo à radiação solar nas horas mais quentes do dia.

Gostou desse conteúdo? Então, continue aprendendo sobre o assunto no nosso artigo Nematoides: o que são e como controlar de forma eficaz”.

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