O momento ideal para fazer a semeadura, na maior parte das culturas, é quando o solo está úmido. Pensando nas regiões nas quais a primavera chega depois de períodos secos, como acontece no Sudeste e Centro-Oeste, a semeadura deverá ser iniciada após as chuvas terem […]
O momento ideal para fazer a semeadura, na maior parte das culturas, é quando o solo está úmido. Pensando nas regiões nas quais a primavera chega depois de períodos secos, como acontece no Sudeste e Centro-Oeste, a semeadura deverá ser iniciada após as chuvas terem reposto a necessidade de água do solo. Isso acontece a partir de setembro em boa parte do país. Mais precisamente em outubro, quando as chuvas são mais frequentes
Entretanto, em anos de ocorrência de La Niña, com invernos extremamente secos e a chegada da chuva tardia, muitos produtores optam pela realização da semeadura no pó, ficando no aguardo da chuva para garantir uma boa germinação. Esse processo garante bons resultados? Existe a chance de a produção ser eficiente?
Se você sempre se questiona sobre esses pontos e ainda gostaria de entender mais sobre a semeadura no pó, acompanhe este artigo até o fim. Trazemos alguns cuidados necessários para que esse momento seja o mais favorável possível.
De acordo com a Embrapa, o ideal, na maior parte das regiões brasileiras, é começar a semeadura em meados de outubro, quando as chuvas com mais abundância já começaram e o solo está mais adequado, com umidade e temperatura ideais.
Quando o tema é temperatura, a germinação da soja, por exemplo, é mais favorável quando o solo está com uma temperatura entre 20oC e 30oC — 25oC é a melhor opção. Pensar na semeadura em temperaturas abaixo de 20oC, costuma resultar em uma drástica redução nos índices de germinação, também tornando o processo muito mais moroso.
Agora, falando da umidade,o ideal é que ela esteja entre 50% e 85% (pensando na soja também) para que a germinação das sementes aconteça em menor tempo e, desse jeito, estabelecer um estande inicial uniforme e mais rápido.
Vale esclarecer que cada um dos cultivos têm sua cota necessária de umidade e calor para uma germinação eficiente. Ainda assim, o solo quente e úmido é sempre o ideal.
Por isso, a primavera chuvosa e precoce sempre ajuda nas semeaduras das mais diversas culturas. Acontece que temos visto invernos pouco chuvosos e uma primavera na qual a chuva demora a engrenar de fato. Nessas situações, muitos produtores optam pela semeadura no pó, sempre no aguardo das chuvas. Quanto a esse conceito, nós falamos em mais detalhes a seguir!
Como nem sempre os produtores têm o tempo necessário para aguardar as condições do solo estarem adequadas e também precisam aproveitar o vazio sanitário para a safrinha, muitos optam por fazer a semeadura no solo seco — vem daí o termo semeadura no pó.
Isso acontece porque os produtores fazem o plantio na expectativa de que as chuvas logo vão começar. No Brasil, estima-se que em mais de mais de um milhão de hectares aconteça a semeadura no pó.
Acontece que a semeadura no pó é um risco — principalmente sem uma regularidade climática, o que pode comprometer a densidade da germinação.
Ao fazer a semeadura no pó, o produtor estará depositando as suas sementes (potencial genético) em condições irregulares com pouca umidade, alta temperatura e presença de microrganismos.
O complicado é que, se as sementes permanecerem nessas condições por mais de 15 dias, a germinação é afetada (e muito!). Isso se dá porque o excesso de calor e pouca água faz as sementes respirarem mais, se desenvolvendo lentamente e mais expostas às pragas — o que pode afetar mais de 50% da produção.
Na soja, por exemplo, tem ainda a questão de perder eficiência da inoculação, o que reduz a quantidade de bactérias viáveis.
Além disso, mesmo que tenham poucos milímetros de chuva, eles podem ser insuficientes para que a germinação aconteça, levando às falhas de estande. Nesse ponto, costuma ser preciso fazer a ressemeadura, elevando o custo de sua produção.
Ainda assim, é fato que muitos produtores vão precisar optar pela semeadura no pó, até para ter possibilidades de uma safrinha, certo? Nesse caso, existem algumas boas práticas a serem seguidas que fazem com que você não fique à mercê da sorte e de São Pedro. Entenda quais são elas!
Uma vez que não existe nenhuma previsão de chuva para os próximos 10 a 15 dias após a semeadura em solo seco, evite fazê-la.
Acompanhe as informações meteorológicas de qualidade, assim você elimina riscos e tem boas possibilidades. É nesse ponto que os softwares de gestão agrícola entram em jogo — a tecnologia traz muito mais eficiência à sua produção! A plataforma Cropwise, da Syngenta Digital, é uma ótima opção.
Usar sementes com alta porcentagem de germinação e vigor é um dos caminhos que mais ajudam na quantidade de seu estande, já que elas suportam por um período maior de condições adversas. Sem falar que são essas sementes que desenvolvem com mais agilidade.
Outra questão é fazer o tratamento de sementes de forma adequada. Um exemplo é o uso de fungicida para se precaver de ataque de pragas.
Uma vez que a semeadura no pó pede sementes mais fortes para prosperar em condições adversas (mesmo que por 15 dias), é ideal que você adicione mais bactérias fixadoras de nitrogênio (inoculação). Nesse sentido, uma opção muito interessante é a inoculação via tratamento de sementes, inoculação aérea via pulverização nos sulcos (linhas) de plantio em cobertura ou mesmo optar pelo fertilizante mineral.
Além de todas essas precauções, vale mencionar o sistema de plantio direto, uma vez que ele permite maior facilidade de penetração de água no solo, combinado?
A semeadura no pó é um desafio para os produtores rurais desde sempre. E respondendo à pergunta do nosso título, ela pode ser uma opção, sim, desde que você utilize todas essas boas práticas que mencionamos acima. Use a tecnologia e o bom senso nesse momento e garanta uma ótima germinação!
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