Conheça a calda bordalesa: fungicida barato e eficaz! | Syngenta Digital
Conheça a calda bordalesa: fungicida barato e eficaz! | Syngenta Digital Conheça a calda bordalesa: fungicida barato e eficaz! | Syngenta Digital Conheça a calda bordalesa: fungicida barato e eficaz! | Syngenta Digital Conheça a calda bordalesa: fungicida barato e eficaz! | Syngenta Digital

Calda bordalesa: tudo sobre o fungicida

7 min de leitura

A calda bordalesa é um fungicida simples de preparar e barato, além de eficiente. Conheça tudo sobre o preparo!

por Giovanna Vallin
03 de maio de 2022
Conheça a calda bordalesa: fungicida barato e eficaz! | Syngenta Digital Voltar
Conheça a calda bordalesa: fungicida barato e eficaz! | Syngenta Digital
Aplicação de calda bordalesa

Manter a proteção de fungos e ácaros é fundamental para a produtividade de uma cultura. Logo, prevenir o aparecimento desses problemas ainda no início é a decisão mais acertada que se pode tomar. A calda bordalesa é uma boa alternativa quando se trata da Agricultura Orgânica. Além de ter um simples preparo, o seu custo é baixo se comparado a determinadas opções do mercado.

Neste artigo, você descobrirá mais sobre esse fungicida, desde a sua preparação até os cuidados que é preciso ter na aplicação. Continue a leitura para aprender!

O que é a calda bordalesa?

A calda bordalesa é um fungicida usado na agricultura que surgiu no século passado, mais especificamente na região de Bourdeaux na França. Suas primeiras aplicações eram focadas no controle do míldio, nas videiras. A partir do momento que o botânico Pierre Marie Alexis Millardet estudou o composto, ele comprovou que o mesmo também era o grande responsável por trazer mais saúde para as plantas.  

Sua constituição é considerada bem simples devido aos três ingredientes necessários, sendo eles: sulfato de cobre, cal virgem e água. Levando em consideração o fato do sulfato de cobre ser um produto com pouca toxicidade, a sua utilização é permitida na Agricultura Orgânica, trazendo assim maior qualidade nutricional para as plantações.

Como é utilizada?

O fungicida é usado tanto em hortas quanto pomares devido à sua eficácia. Ele é capaz de controlar uma série de doenças, principalmente aquelas causadas por fungos como é o caso da ferrugem, cercosporiose, manchas foliares, entre outras. Além disso, o composto também atua como repelente contra insetos, como cigarrinha verde, cochonilhas e pulgões. 

Uma outra vantagem é que ele funciona como fertilizante adicionando enxofre e cálcio à terra, claro, quando a aplicação é feita sem excessos e da maneira correta. Vale a pena destacar que a calda bordalesa apresenta excelentes resultados em culturas distintas, como frutas cítricas, tomate, caquizeiros, orquídeas e outros. Lembrando que cada uma delas também terá as suas necessidades de aplicação, devendo ser considerado o avanço de pragas e doenças.

Como fazer a calda bordalesa?

Para fazer a calda bordalesa é preciso começar os cuidados já na escolha dos recipientes usados no preparo. O ideal é optar por materiais de plástico na produção do fungicida, isso porque os recipientes metálicos podem atrapalhar o processo.  

Os potes também precisam estar bem limpos, além disso, é preciso escolher sacos de pano de algodão, o sintético pode contaminar a calda. Por fim, é preciso também ter uma colher misturadora, que poderá ser de madeira, plástico ou aço inoxidável.

Composição e preparo da calda bordalesa

Basicamente, a mistura consiste em uma proporção 10 litros de água, 100 gramas de cal virgem e 100 gramas de sulfato de cobre. O passo a passo do preparo: 

  • Coloque o sulfato de cobre em um saco de pano e deixe-o suspenso em um recipiente, adicione 5l de água e deixe por 24h, tudo isso dentro de um primeiro recipiente;  
  • Enquanto isso, em outro recipiente, que não seja de plástico, coloque 5l de água e adicione a cal, misturando bem;  
  • Em um terceiro recipiente coloque a mistura de cal e água e vá adicionando aos poucos o composto de sulfato de cobre e água. A partir disso, misture tudo muito bem, com o auxílio de uma pá de madeira, e cheque o pH, quando este estiver neutro ou levemente alcalino é hora de coar a solução, inserir em um pulverizado e adicionar mais 50% de água para diluir. 

Cabe destacar que essa observação do pH é essencial, pois caso a calda esteja ácida, ela poderá levar à queima de folhas da planta na qual será aplicada. Para checar o nível de maneira prática e simples, faça o teste com uma faca de ferro. Pingue a solução na lâmina e observe. Se após 3 minutos a gota formar uma mancha avermelhada é sinal de que a solução está ácida. Para correção é necessário adicionar mais cal com água para que a mistura se torne menos ácida.

Como a mistura atua?

Calda bordalesa ajuda na horta

Os íons do cobre afetam as enzimas dos esporos de fungos que estão presentes na planta, o que ajuda a impedir o desenvolvimento da doença. No entanto, é preciso cuidado na aplicação da mistura, para não exagerar. As plantas respondem de diferentes maneiras à solução, por isso, vale a pena conhecer algumas aplicações:  

  • cebola: atua contra a mancha púrpura e outras manchas, para o melhor aplicação é preciso diluir 3 partes da solução em uma parte de água; 
  • beterraba: atua contra a Cercospora beticola, assim como na cebola a proporção deve ser de 3 para 1; 
  • alface: atua contra míldio, a aplicação adequada é de 1 parte de calda para 1 de água;  
  • abobrinha: atua contra míldio, mas também contra outros tipos de manchas foliares, a diluição deve ser também na proporção de 1 para 1. 

No caso de jardins, hortas, pomares e gramados a aplicação deve ser feita a cada 15 dias. Para completar o tratamento é indicado fazer podas antes de iniciar a pulverização. A atenção fica somente por conta das especificidades da planta, devendo ser podada apenas se não houver prejuízos para a fisiologia do cultivar. Quando a cultura for de estufa o ideal é reduzir os ingredientes em 30%. 

Outro ponto de atenção é com relação à temperatura no momento de aplicação. O mais indicado é que o clima esteja ameno, nem muito frio nem muito quente. Além disso, a calda deve ser usada no máximo até 24 horas depois de pronta. 

Quais cuidados é preciso ter?

O sulfato de cobre presente na composição da calda bordalesa tem a capacidade de causar um desequilíbrio no ambiente por meio da lixiviação no solo. Quando há excessos na aplicação da calda uma série de danos são desencadeados, como o extermínio de minhocas no solo, que são super importantes para manter um cultivo saudável, especialmente quando se trata da agricultura orgânica, além de poluição de rios. 

Outro ponto de atenção é com relação ao aplicador. Caso seja aplicada sem a proteção adequada pode causar irritações na pele e mucosas. Por isso, é de suma importância ter os equipamentos de proteção individual, como luvas, máscaras e botas de borracha, e seguir padrões de segurança na aplicação. 

A calda bordalesa, assim como acontece com outros produtos, precisa de cuidado com o manejo para não prejudicar o plantio, sempre levando em consideração as necessidades de cada tipo de cultura. 

Recomendações gerais

Além dos cuidados com o preparo e aplicação da calda bordalesa, existem alguns importantes cuidados e recomendações mais generalizadas para evitar outros problemas com o uso do fungicida, como:

  • Não ultrapassar 3 dias para aplicar a calda nas plantações após o seu preparo. Usar o fungicida após esse período pode gerar riscos para o cultivo, já que a mistura, estará mais alcalina e ácida. 
  • Tentar não realizar a aplicação de calda bordalesa em alta concentração, especialmente em plantas novas ou em fase de brotação;
  • Como se trata de um produto forte, lembrar de utilizar EPI (Equipamento de Proteção Individual) para manipulá-la;
  • A composição da calda bordalesa possui um certo nível de toxidade, então, o ideal é não ingerir o que foi pulverizado sem antes lavar bem. A ingestão pode gerar irritações gástricas, nas mucosas e até mesmo na pele.
  • Lembrar de fazer pulverizações semanais, de preferência quando a umidade do ar estiver alta. Do contrário, fazer pulverizações quinzenais ou mensais.

Leia mais da categoria:

Manejo
8 min de leitura
mariposas

Ferômonio dos insetos: manipulação entomológica pelo cheiro

Texto escrito em parceria com o Núcleo de Estudos em Entolomogia da Universidade Federal de Lavras. Autores: Gabriela C. Pinheiro, Bianca P. Valério,  Maria Fernanda G. V. Penaflor, Rosangela C. Marucci. Já ouviu falar de feromônio dos insetos? O olfato, a visão e a audição […]

Leia na íntegra
Manejo
7 min de leitura
Caruru Amaranthus Palmeri

Caruru-palmeri: veja como identificar esta daninha e fazer um bom manejo 

Existente no Brasil desde 2015, o Caruru Amaranthus palmeri pode levar a grandes prejuízos nos plantios de algodão, soja e milho. Entenda como agir  Desde 2015, o controle de uma planta daninha em específico tem tirado o sono dos produtores […]

Leia na íntegra
Manejo
7 min de leitura
Fase vegetativa das sementes

A qualidade de sementes e seu impacto no estabelecimento da cultura

Texto escrito em parceria com o @gsemufv Autoras:Júlia Martins SoaresEng. Agrônoma. Mestranda em Fitotecnia pela UFV com ênfase em Tecnologia e Produção de Sementes. Atualmente conduz pesquisas visando a predição da qualidade de sementes por meio de análises de imagens […]

Leia na íntegra