Como produtor agrícola, você sabe bem que o solo está entre os elementos mais importantes para a produtividade da sua safra. Mas nem sempre a terra está em condições ideais para o plantio — o excesso ou a falta de […]
Como produtor agrícola, você sabe bem que o solo está entre os elementos mais importantes para a produtividade da sua safra. Mas nem sempre a terra está em condições ideais para o plantio — o excesso ou a falta de nutrientes, a erosão, entre outros aspectos, pesam muito na qualidade final e garantia de lucro, não é?
Por essa razão, manter uma periodicidade correta de análise do solo vai garantir que sua produção tenha menos surpresas negativas e que a safra seja de qualidade. Até porque, muitas vezes a falta de nutrientes não permite que uma planta cresça de acordo com as expectativas.
Então, se você busca dicas para melhorar a qualidade do solo, está no artigo certo! A seguir, trazemos em detalhes tudo o que é necessário fazer para uma análise do solo eficiente. Em geral, é um cuidado de baixo custo e que faz toda a diferença. Acompanhe o texto para saber mais!
Sem a análise do solo, você não tem um diagnóstico preciso em relação às condições do solo, sejam elas químicas ou físicas. Assim, faltam informações como teores nutricionais, acidez e o tamanho das partículas.
Esses dados são relevantes porque permitem entender a fertilidade da terra, verificar a necessidade de quais nutrientes serão usados para a adubação e se é preciso fazer a calagem, por exemplo.
Dessa maneira, o agricultor pode esperar por uma garantia de uma alta produtividade aliada a preservação do meio ambiente, mantendo a sua terra fértil e conservada. Ou seja, essa análise é essencial para manter as melhores condições para as culturas a serem plantadas.
Como você viu, a análise de solo é um instrumento básico para que possamos fazer um diagnóstico do estado da terra de uma forma bem completa. Com essa verificação, os produtores rurais entendem como está a fertilidade do solo e fazem as devidas correções.
A análise também possibilita entender qual o risco de erosão da terra, permitindo aos produtores tomar os cuidados necessários e até realizar alternância de plantios para que o solo seja recuperado. Para tanto, falamos em dois tipos de análises de solo. Entenda a seguir.
Uma análise do solo completa precisa ser tanto química quanto física, que são os dois tipos mais utilizados. Explicamos seus diferenciais, veja!
A análise física do solo também é conhecida como granulométrica. Esse tipo é responsável por determinar as frações minerais da terra, verificando porcentagens de argila, silte e areia. A partir dessa análise, nós podemos classificar o solo dentro dos tipos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura — se é arenoso ou argiloso, por exemplo.
Dessa forma, entendemos qual é a necessidade de água para o plantio, o índice de erosão da terra e qual será a mecanização mais adequada. São cuidados interessantes tanto para que o produtor não sobrecarregue o solo com excesso de água ou não intensifique a erosão usando o maquinário errado.
Tanto o plantio direto quanto o convencional influenciam na questão dos nutrientes do solo. Por essa razão, é preciso entender como estão os macronutrientes e os micronutrientes do solo. Afinal de contas, boa parte dos solos brasileiros não apresentam condições químicas naturais adequadas para o bom desenvolvimento das culturas.
Assim, o dimensionamento é feito em cima de todo nutriente que a planta necessita em grande quantidade (os macronutrientes), além daqueles em que é preciso doses menores (no caso, os micronutrientes).
Além desses dois tipos (químico e físico), existe um terceiro: a análise química da planta ou do tecido vegetal, que é menos comum no Brasil. Nessa espécie de análise, é checada a interação entre solo, planta e clima, garantindo que o manejo é adequado. Com esse cuidado, você percebe se existem deficiências, toxicidades e verifica questões causadas pela deficiência de nutrientes.
Entre todos os órgãos da planta, normalmente a folha é que reflete melhor o estado nutricional de carência.
De forma alguma. Pensando na qualidade da sua terra, tanto a análise do solo química quanto a física são essenciais. Afinal, enquanto a física verifica de forma mais aprofundada a textura do solo, entendendo se existe mais areia ou argila, sua densidade e porosidade, por exemplo, a análise química vai mais a fundo, compreendendo a questão nutricional.
Se seu solo tem uma carga alta de matéria orgânica ou conta com acidez em excesso, é a análise química que vai permitir verificar o melhor jeito de corrigir a terra. Por esse motivo, as duas análises se fazem indispensáveis, até porque elas são complementares, não excludentes, certo?
Lembre-se de que o primeiro passo para a análise de solos é a amostragem. O resultado eficiente da análise depende dela — até porque, mais de 90% dos erros nos resultados das análises decorrem da coleta inadequada, o que vai trazer prejuízos sérios ao produtor.
Você precisa levar em conta alguns critérios para fazer a amostragem que será enviada ao laboratório para executar as análises. Entenda melhor.
Coletar amostras de glebas que vão receber o plantio é fundamental. Por isso, faça a divisão da área total, mais heterogênea, em glebas homogêneas, que serão delimitadas de acordo com textura, coloração, relevo, vegetação, adubação e calagem de anos anteriores e histórico de manejo, por exemplo.
As áreas escolhidas para a retirada de amostragem deverão ser percorridas em zigue-zague de forma aleatória.
Um cuidado importante é limpar o local, eliminando capim, pedras e demais resíduos. Também, evite locais nos quais existiu queima de restos culturais ou tocos, presença de formigueiros ou cupinzeiros, depósito de adubos, local de deposição de fezes e pastagens.
Para cada área homogênea, colete cerca de 15 a 20 amostras simples que podem ser colocadas em um balde limpo. Quebre os torrões dentro do balde e retire pedras e pedaços de madeira ou outros resíduos e misture bem formando uma amostra composta.
Desse material, selecione cerca de 250 a 500 gramas para envio ao laboratório. As amostras compostas devem ser acondicionadas em sacos plásticos e enviadas ao laboratório contendo as informações a seguir:
Em geral, são separadas dois tipos de amostras. As compostas, ou seja, são várias simples coletadas — é dela que se retiram cerca de 500 gramas para enviar para o laboratório. E as simples, que são a porção coletada em cada ponto da gleba.
Use as ferramentas ideais
Dependendo do tipo de solo, serão usadas ferramentas específicas. Porém, em geral, essa lista abaixo é suficiente:
Não existe uma época melhor ou pior para a análise do solo, desde que você observe as melhores condições, que são:
Para enviar as amostras, você deve embalá-las em sacos plásticos para evitar contaminação, com a identificação já proposta anteriormente neste artigo.
Agora, para garantir a confiabilidade do laboratório, verifique a existência de certificações, dadas por instituições públicas e privadas — isso traz tranquilidade quanto ao uso e a eficácia de metodologias seguras e análise de qualidade. Uma delas é o Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade.
Recomenda-se que a frequência da análise do solo seja anual. Dessa maneira, caso exista a necessidade, as correções podem ser prontamente realizadas para a próxima safra.
E não se esqueça: guarde as análises do solo da sua propriedade para, assim, poder realizar a comparação entre elas e observar se a estratégia de correção está surtindo efeito.
A amostragem pode ser realizada em intervalos de um a quatro anos, podendo ser variável em função do manejo adotado.
Saiba que o laudo análise de solo é gerado por meio de uma minuciosa verificação que testa e identifica a presença dos componentes presentes no local, como acidez, nitrogênio, teores de cálcio, micronutrientes, enxofre e demais itens.
Assim, quando você tem em mãos esse laudo, consegue fazer as devidas correções na terra, como o uso de calcário no solo, os defensores agrícolas na quantidade ideal, assim como a adubação, que não vai sobrecarregar a terra.
Em geral, os laudos trazem dados de cada uma das amostragens e fazem tanto a análise física quanto química.
Em geral, um laudo de análise do solo tem essa parte, referente à química:
Aqui, verificamos as colunas de:
Na sequência, vemos a análise complementar:
As siglas correspondem a SB (soma de bases),t (CTC efetiva), CTC (capacidade de troca catiônica), V% (saturação por bases), que devem ser analisadas para a compreensão exata de como será a correção do solo.
Também temos a análise física:
O manejo da terra para o plantio de soja também se beneficia da análise do solo, assim como qualquer outra cultura. Porém, para esse plantio específico, de acordo com a Embrapa, a amostragem de solo deve ser feita logo após a maturação fisiológica da cultura anterior à soja.
Já a profundidade de amostragem do solo corresponde à camada arável (0-20 cm) que, no geral, é a mais alterada pelo manejo do solo, seja pela adição de corretivos, fertilizantes ou restos de outras culturas.
Vale dizer que a análise do solo é necessária para a melhora da produtividade. Isso porque podemos identificar quais nutrientes ou fatores químicos do solo que estão limitando o crescimento das plantas. Outra razão é que pode-se fazer uma adubação eficiente, sem excedentes, que vão acabar sobrecarregando o solo.
Por isso, as análises de solo devem ser feitas todo ano — seguindo as recomendações que passamos. São análises simples, rápidas e que tem custo relativamente baixo, quando você compara com os benefícios: safra de qualidade e menor desgaste da terra. Então, vale a pena contar com as análises em seu planejamento, não acha? Falando em planejamento, veja como você pode fazê-lo em sua produção rural.
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