A calda bordalesa é um fungicida simples de preparar e barato, além de eficiente. Conheça tudo sobre o preparo!
Manter a proteção de fungos e ácaros é fundamental para a produtividade de uma cultura. Logo, prevenir o aparecimento desses problemas ainda no início é a decisão mais acertada que se pode tomar. A calda bordalesa é uma boa alternativa quando se trata da Agricultura Orgânica. Além de ter um simples preparo, o seu custo é baixo se comparado a determinadas opções do mercado.
Neste artigo, você descobrirá mais sobre esse fungicida, desde a sua preparação até os cuidados que é preciso ter na aplicação. Continue a leitura para aprender!
A calda bordalesa é um fungicida usado na agricultura que surgiu no século passado, mais especificamente na região de Bourdeaux na França. Suas primeiras aplicações eram focadas no controle do míldio, nas videiras. A partir do momento que o botânico Pierre Marie Alexis Millardet estudou o composto, ele comprovou que o mesmo também era o grande responsável por trazer mais saúde para as plantas.
Sua constituição é considerada bem simples devido aos três ingredientes necessários, sendo eles: sulfato de cobre, cal virgem e água. Levando em consideração o fato do sulfato de cobre ser um produto com pouca toxicidade, a sua utilização é permitida na Agricultura Orgânica, trazendo assim maior qualidade nutricional para as plantações.
O fungicida é usado tanto em hortas quanto pomares devido à sua eficácia. Ele é capaz de controlar uma série de doenças, principalmente aquelas causadas por fungos como é o caso da ferrugem, cercosporiose, manchas foliares, entre outras. Além disso, o composto também atua como repelente contra insetos, como cigarrinha verde, cochonilhas e pulgões.
Uma outra vantagem é que ele funciona como fertilizante adicionando enxofre e cálcio à terra, claro, quando a aplicação é feita sem excessos e da maneira correta. Vale a pena destacar que a calda bordalesa apresenta excelentes resultados em culturas distintas, como frutas cítricas, tomate, caquizeiros, orquídeas e outros. Lembrando que cada uma delas também terá as suas necessidades de aplicação, devendo ser considerado o avanço de pragas e doenças.
Para fazer a calda bordalesa é preciso começar os cuidados já na escolha dos recipientes usados no preparo. O ideal é optar por materiais de plástico na produção do fungicida, isso porque os recipientes metálicos podem atrapalhar o processo.
Os potes também precisam estar bem limpos, além disso, é preciso escolher sacos de pano de algodão, o sintético pode contaminar a calda. Por fim, é preciso também ter uma colher misturadora, que poderá ser de madeira, plástico ou aço inoxidável.
Basicamente, a mistura consiste em uma proporção 10 litros de água, 100 gramas de cal virgem e 100 gramas de sulfato de cobre. O passo a passo do preparo:
Cabe destacar que essa observação do pH é essencial, pois caso a calda esteja ácida, ela poderá levar à queima de folhas da planta na qual será aplicada. Para checar o nível de maneira prática e simples, faça o teste com uma faca de ferro. Pingue a solução na lâmina e observe. Se após 3 minutos a gota formar uma mancha avermelhada é sinal de que a solução está ácida. Para correção é necessário adicionar mais cal com água para que a mistura se torne menos ácida.
Os íons do cobre afetam as enzimas dos esporos de fungos que estão presentes na planta, o que ajuda a impedir o desenvolvimento da doença. No entanto, é preciso cuidado na aplicação da mistura, para não exagerar. As plantas respondem de diferentes maneiras à solução, por isso, vale a pena conhecer algumas aplicações:
No caso de jardins, hortas, pomares e gramados a aplicação deve ser feita a cada 15 dias. Para completar o tratamento é indicado fazer podas antes de iniciar a pulverização. A atenção fica somente por conta das especificidades da planta, devendo ser podada apenas se não houver prejuízos para a fisiologia do cultivar. Quando a cultura for de estufa o ideal é reduzir os ingredientes em 30%.
Outro ponto de atenção é com relação à temperatura no momento de aplicação. O mais indicado é que o clima esteja ameno, nem muito frio nem muito quente. Além disso, a calda deve ser usada no máximo até 24 horas depois de pronta.
O sulfato de cobre presente na composição da calda bordalesa tem a capacidade de causar um desequilíbrio no ambiente por meio da lixiviação no solo. Quando há excessos na aplicação da calda uma série de danos são desencadeados, como o extermínio de minhocas no solo, que são super importantes para manter um cultivo saudável, especialmente quando se trata da agricultura orgânica, além de poluição de rios.
Outro ponto de atenção é com relação ao aplicador. Caso seja aplicada sem a proteção adequada pode causar irritações na pele e mucosas. Por isso, é de suma importância ter os equipamentos de proteção individual, como luvas, máscaras e botas de borracha, e seguir padrões de segurança na aplicação.
A calda bordalesa, assim como acontece com outros produtos, precisa de cuidado com o manejo para não prejudicar o plantio, sempre levando em consideração as necessidades de cada tipo de cultura.
Além dos cuidados com o preparo e aplicação da calda bordalesa, existem alguns importantes cuidados e recomendações mais generalizadas para evitar outros problemas com o uso do fungicida, como:
Texto escrito em parceria com o Núcleo de Estudos em Entolomogia da Universidade Federal de Lavras. Autores: Gabriela C. Pinheiro, Bianca P. Valério, Maria Fernanda G. V. Penaflor, Rosangela C. Marucci. Já ouviu falar de feromônio dos insetos? O olfato, a visão e a audição […]
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