As lavouras de milho no Brasil vêm crescendo em área e produtividade. Isso fez com que o país ganhasse ainda mais espaço entre as nações que mais exportam o grão e registrasse um crescimento na participação em exportações mundiais de mais de 300% em dez anos, segundo a Confederação da Agricultura […]
As lavouras de milho no Brasil vêm crescendo em área e produtividade. Isso fez com que o país ganhasse ainda mais espaço entre as nações que mais exportam o grão e registrasse um crescimento na participação em exportações mundiais de mais de 300% em dez anos, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Para este artigo, convidamos o engenheiro agrônomo e Especialista em Transformação Digital Matheus Sgarbi para uma conversa sobre a lavoura de milho e a importância crescente do cereal para o Brasil. Confira!
O milho está entre as coisas que fazem parte da vida do ser humano desde que o mundo é mundo – é cultivado há pelo menos cinco mil anos, segundo a Embrapa. É que o cereal é extremamente versátil: pode servir de alimento cru e cozido, em uma série de preparos e até em bebidas alcoólicas. Hoje, é matéria-prima inclusive para biocombustíveis.
Com origem nas Américas, o grão foi levado para a Europa e ganhou o mundo, passando a ser plantado em escala comercial. As lavouras de milho desempenham um papel importante pra a alimentação humana, animal e em uma série de aplicações industriais.
Existem diferentes tipos de milhos em formatos diversos. Veja mais sobre cada um deles a seguir.
Há grãos de milho de formas e tamanhos diferentes, o que pode influenciar na aplicação do cereal. O que muda é a estrutura do endosperma e o tamanho do gérmen daquele grão. Existem cinco classes:
O Especialista em Transformação Digital Matheus Sgarbi chama atenção para a importância da seleção de um cultivar adequado. Segundo ele, essa escolha deve levar em consideração as condições ambientais da área, o manejo da cultura e a janela de tempo para a o plantio, além, é claro, do potencial produtivo do cultivar.
Quando o assunto é a seleção de cultivares, o produtor dispõe de:
Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater – MG), as variedades possuem um custo menor, mas são recomendadas para produtores que utilizam baixa tecnologia.
Ainda de acordo com a Empresa, os híbridos não podem ser replantados e é necessário adquirí-los todos os anos. Os simples são os mais produtivos, contribuindo ainda para a uniformidade da lavoura. A desvantagem aqui é o preço: eles são mais caros.
Os híbridos duplos têm um custo menor, podendo apresentar uma variação em relação à plantas e espoigas.
Os triplos, por sua vez, ocupam um lugar intermediário quando o assunto é preço e potencial produtivo.
O ciclo do milho tem início com a semeadura e chega ao fim após o período de senescência foliar, quando, de acordo com Matheus Sgarbi, o grão de milho atinge sua maior massa seca. O que acontece no processo é:
1. Emergência: ocorre cerca de uma semana após a semeadura, quando as primeiras folhas surgem acima da superfície do solo.
2. Pendoamento: fase decisiva para a lavoura de milho, o pendoamento é o período em que o tamanho das espigas começa a ser definido. Significa que a planta já atingiu a sua altura máxima e é possível ver o último ramo do pendão no topo.
No estágio reprodutivo, há o embonecamento, quando os cabelos das espigas começam a surgir. Segundo o engenheiro agrônomo Matheus Sgarbi, esse é o momento em que acontece a polinização. De acordo com ele, “quanto mais o pólen conseguir atingir a boneca, mais grãos serão formados, o que pode ser influenciado positivamente pelo vento ou por alguns dias sem chuva, uma vez que a chuva na fase do pendoamento pode lavar o pólen”. O momento é crucial: é quando o número de grãos será, de fato, definido.
Cerca de 12 dias depois, os grãos incham, período em que o produtor deve se atentar para evitar o abortamento, a redução no número de grãos. O milho seguirá se desenvolvendo, acumulando nutrientes e formando os dentes, até que a planta atingirá sua maturidade fisiológica.
De acordo com Matheus Sgarbi, engenheiro agrônomo na Syngenta Digital, o produtor de milho precisa estar atento a uma série de pragas, a depender da região. Essas invasoras atacam o cereal ao longo de todo o desenvolvimento da cultura e podem trazem uma série de prejuízos, afetando a produtividade, alerta Sgarbi. Conheça as principais inimigas:
O estrago da lagarta-do-cartucho é grande! Ela pode se alimentar de plântulas de milho e raspar as folhas, gerando o sintoma da “raspagem”. Depois, elas se alojam no cartucho do milho e comem as folhas, podendo ainda romper o pendão. Confira a praga:
O próprio nome já diz! Essa lagarta se alimenta dos grãos da espiga antes que eles atinjam a maturação. O resultado é menos produtividade da área afetada pela praga. Dá uma olhada:
O ataque da lagarta-elasmo é especialmente prejudicial nos primeiros 30 dias após a emergência. A praga abre galerias na base do colmo, fazendo com que a planta cresça menos, podendo apresentar sinais de estresse hídrico.
O engenheiro agrônomo Matheus Sgarbi chama atenção para a cigarrinha-do-milho, praga que causado um estrago cada vez maior nas lavouras do cereal.
Ela é responsável pela transmissão dos agentes que causam o enfezamento, uma doença que dificulta a absorção de nutrientes pelas plantas. A contaminação é mais grave quando as plantas se encontram nas fases iniciais de desenvolvimento.
Os percevejos também são inimigos importantes do produtor de milho. Conheça em detalhes o percevejo marrom e o percevejo barriga-verde aqui.
De acordo com o engenheiro agrônomo Matheus Sgarbi, a cultura do milho tem alto potencial produtivo. E, se por um lado, o valor da saca tem animado os produtores, por outro, a falta de chuvas está provocando sucessivas revisões da safrinha.
Um manejo cultural adequado pode ser responsável por aumentar a produtividade de uma lavoura de milho. Nesse cenário, o Especialista em Transformação Digital Matheus Sgarbi destaca as ferramentas de agricultura digital como uma forma de reduzir as perdas na lavoura e alcançar mais produtividade em um mesmo espaço de terra.
Para ele, o monitoramento digital do Cropwise Protector evita que infestações de pragas saiam do controle do produtor, reduzindo a produtividade da lavoura. A ferramenta é fundamental para uma decisão rápida que favorece um controle certeiro.
As análises NDVI oferecidas pelo Cropwise Imagery também podem ser o braço direito do produtor de milho à medida que a planta cresce e torna as entradas no talhão mais difíceis.
As lavouras de milho se espalham pelo país. De acordo com o último Censo Agropecuário, o Brasil tem mais de um milhão e 600 mil estabelecimentos rurais produtores do cereal, que produzem uma média 88 milhões de toneladas de milho.
O levantamento pontua ainda que Mato Grosso é o estado que mais produz o cereal, seguido pelo Paraná e Goiás.
O Brasil é o segundo maior exportador de milho do planeta, mas não foi sempre assim: historicamente, a lavoura de milho do país se voltava para o abastecimento interno.
O cenário começou a mudar no ano-safra 2011/2012, que apresentou um excedente de produção. A cada ciclo seguinte, a participação do milho brasileiro ganhava força.
Hoje, o Brasil desempenha um papel importante como fornecedor do grão, especialmente na entressafra dos Estados Unidos.
A produção de grãos no Brasil no ciclo 2022/23, por exemplo, está estimada em 312,5 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo de 40,1 milhões de toneladas quando comparada com a temporada 2021/22 – alta de 15%.
No caso da área plantada, é esperado um crescimento de 3,3%, o que corresponde à incorporação de 2,5 milhões de hectares, chegando a 77 milhões de hectares, segundo informações da Conab.
Agora que você já sabe como funciona a lavoura de milho, que tal conhecer o Cropwise Imagery? Com imagens de satélite, descubra o que limita a produtividade da sua lavoura e planeje a solução do seu problema!
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