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Solo argiloso: veja suas características e principais cuidados de manejo

8 min de leitura

Com toda a sua dimensão continental, é muito comum que a gente encontre tipos de solo variados no Brasil. Ao todo, são listadas cerca de 13 classes. Entretanto, mais de 70% do solo brasileiro é composto por três principais, que […]

por Giovanna Vallin
22 de outubro de 2021
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Solo argiloso: veja suas características e principais cuidados de manejo

Com toda a sua dimensão continental, é muito comum que a gente encontre tipos de solo variados no Brasil. Ao todo, são listadas cerca de 13 classes. Entretanto, mais de 70% do solo brasileiro é composto por três principais, que sãoLatossolos, Argissolos e Neossolos. 

De acordo com a Embrapa, os tipos Latossolos e Argissolos compõem 58% de nossas terras. É por isso que a chance de você ter terras de solo argiloso cresce bastante, já que este tipo faz parte dos argissolos. 

Como toda terra, os solos argilosos têm suas peculiaridades de manejo, seja na hora de fazer a correção ou garantir a umidade correta, certo? E toda boa produção agrícola começa com o planejamento e a preparação correta do solo, você sabe bem. 

Para garantir que sua produtividade seja eficiente, acompanhe este artigo para entender tudo sobre o solo argiloso. Vamos lá?

O que é um solo argiloso?

O solo argiloso é representado por uma terra vermelha-escura, bastante úmida e macia. Em sua composição, há mais de 30% de argila — daí o nome. Mas ele também é composto por grandes quantidades de ferro e alumínio. É um tipo de solo característico de regiões tropicais (quentes e úmidas), como é o caso do Brasil. 

Também é chamado de solo pesado. Em geral, após a chuva, os terrenos de solos argilosos absorvem bastante água e ficam encharcados. Em compensação, nas fases mais secas, esse tipo de solo tende a formar uma camada dura e pouco arejada do terreno, o que pode trazer sérias dificuldades para o desenvolvimento da vegetação. 

Vale dizer que os solos argilosos são desenvolvidos a partir das rochas ígneas e metamórficas, quando se fala em Planalto Atlântico, ou de rochas sedimentares finas nas demais regiões. Uma vez que suportavam florestas em sua origem, as condições de relevo em que ocorrem são bastante variáveis.  

Esses solos também podem apresentar limitações sob o aspecto físico relacionadas à pouca profundidade e presença de cascalhos e calhaus em superfície, principalmente quando localizados nos relevos mais íngremes do Planalto Atlântico. 

Uma curiosidade é que o tipo argissolo é subdividido em duas espécies principais, o solo argiloso, retratado neste artigo, e o solo arenoso. Todavia, o argiloso acaba sendo mais fértil para a produção agrícola, visto que os arenosos têm uma produtividade mais baixa no geral. 

Quais são as características do solo argiloso?

Solo Argiloso

Como dissemos, o solo argiloso possui mais de 30% de argila, podendo chegar a 60% da sua composição desses grânulos. Outra característica bem específica é que ele conta com espaços porosos de pequena dimensão – os famosos microporos.  

Uma vez que os espaços entre os grãos, ou seja, os poros, também são muito pequenos, eles retêm mais água. Assim, o solo argiloso costuma ficar encharcado após uma chuva, o que ajuda bastante em seu manuseio. 

A grande questão é que quando está seco e compacto, sua porosidade diminui ainda mais, tornando-o duro e pouquíssimo arejado. O solo argiloso também conta com consistência fina e é impermeável à água e a todos os outros líquidos. 

Fora da agricultura, ele é usado como matéria-prima para fabricação de utensílios e cerâmicas, além de servir para a fabricação de telhas e tijolos cerâmicos. Há ainda outras características que são importantes pra gente ressaltar. Veja só: 

  • maior retenção de nutrientes; 
  • moderada acidez; 
  • maior resistentes à erosão; 
  • propício para o cultivo e atividade agrícola. 

Quais são os tipos de solos argilosos no Brasil?

Quando pensamos em solo argiloso, no Brasil dois tipos são mais comuns: o massapé e a terra roxa. Trouxemos detalhes sobre cada um deles na sequência. Confira! 

1. Terra roxa ou nitossolo

Terra roxa ou nitossolo
Fonte: AGEITEC (Embrapa).

A terra roxa (nitossolo) tem como uma de suas características mais fortes a tonalidade avermelhada. Uma curiosidade é que o nome veio da forma como os imigrantes italianos o chamavam: de terra rossa, que é o equivalente à terra vermelha, em italiano. 

Por aqui, em terras brasileiras, a terra roxa mostra suas caras na metade norte do estado do Rio Grande do Sul, nas porções ocidentais de Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo e no sul e sudoeste de Minas Gerais, além de todo o sul e leste de Mato Grosso do Sul destacando-se sobretudo nos últimos quatro estados por sua qualidade. Vale dizer que são regiões muito importantes do ponto de vista da produção agropecuária. 

Agora, é importante reforçar do ponto de vista histórico, afinal, esse solo argiloso foi um dos grandes impulsionadores para o desenvolvimento brasileiro durante o fim do século XIX. Nessa fase, foram plantadas as grandes lavouras de café, fazendo com que surgissem várias ferrovias, permitindo a urbanização de muitas cidades na rota do café. 

2. Chernossolo

Chernossolo Argilúvico
Chernossolo Argilúvico. Fonte: AGEITEC (Emprapa).

Além de argila, é rico em matéria orgânica no horizonte superficial. Tem alta fertilidade e corresponde a 0,5% do território brasileiro. 

3. Massapé

Massapé é um tipo de solo de cor escura, bem próximo ao preto, encontrado na região litorânea do nordeste brasileiro. 

Trata-se de um solo muito fértil, que o torna excelente para a prática da agricultura. Claramente, ele tem em sua composição uma elevada presença de argila e se forma por meio da decomposição do granito. Isso acontece sempre em regiões tropicais que possuem estações seca e úmida bem definidas. 

O solo argiloso do tipo massapé é muito usado para as culturas de cana-de-açúcar e café. No período colonial, o plantio de cana-de-açúcar era o que mais predominava. 

4. Vertissolo

Vertissolo
Fonte: AGEITEC (Emprapa).

Esse tipo de solo é composto por 1/3 de argila. Conta com boa fertilidade química e está mais relacionado aos calcários e sedimentos argilosos ricos em cálcio, magnésio e rochas básicas. Vale lembrar que tem baixa permeabilidade. 

O que são os coloides em solo argiloso?

Os coloides nada mais são do que partículas do solo de tamanho mais reduzido e que contam com cargas negativas que podem reter nutrientes. 

Quando falamos em coloides do solo argiloso, eles acabam retendo diversas substâncias, como hidrogênio, cálcio, magnésio, sódio e potássio, que têm cargas positivas.

Na prática, isso significa que é preciso repensar os tipos de nutrientes adicionados, visto que os coloides de solo argiloso já atraem boa parte. Ou mesmo fazer a adubação adequada para garantir a movimentação desses nutrientes. 

Os fatores essenciais no manejo do solo argiloso

Agora que você já entendeu todas as características que envolvem o solo argiloso, chegou a hora de acertar no manejo da sua terra. Lembre-se de que o mau manejo de um solo argiloso leva à compactação e aumento da densidade. Quanto maior a densidade aparente de um solo, menor é a porosidade dele. Então, veja quais cuidados são essenciais de levar em conta! 

1. Repense o plantio direto

Sendo que a argila corresponde a partículas com diâmetro menor que 0,002 mm, ter um solo argiloso traz limitações à adoção do sistema de plantio direto — isso porque as partículas são suscetíveis à compactação ocasionada pelo tráfego de máquinas. 

2. Atenção à umidade do solo argiloso

Ao fazer a preparação do solo, com arado e grade, é essencial contar com uma umidade na faixa de 60 a 70% da capacidade de campo. Agora, se você for usar escarificador e subsolador, é interessante ter uma faixa de umidade de 30 a 40% da capacidade de campo. 

Com esse cuidado, a água atua como um agente lubrificante entre as partículas do solo, diminuindo os riscos de compactação. Vale dizer que solo argiloso possibilita o alcance de altas produtividades quando pensamos em culturas de trigo, soja e milho. 

O cuidado principal é como o solo argiloso encharcado, uma vez que poucas culturas se dão bem nesse alto grau de umidade — a única exceção é o arroz irrigado. Em muitos casos, será necessário pensar em um sistema de drenagem para que não haja impacto na produtividade. 

3. Entenda qual é a CTC deste solo

CTC é a sigla para capacidade de troca catiônica e, quando falamos em solo argiloso, a CTC acaba sendo positiva para: 

  • imobilizar cátions orgânicos; 
  • catalisar síntese não biológicos; 
  • reter elementos tóxicos; 
  • reter antibióticos; 
  • proteger os micróbios fisicamente. 

O solo argiloso costuma ter uma CTC entre 11 e 50. Quando estivermos com CTC de 10 para baixo, estamos já diante de um solo arenoso. 

4. A dinâmica dos elementos presentes no solo argiloso

Outro ponto importante: o fato de contar com certa quantidade de nutrientes presentes no solo não indica que eles estejam disponíveis de fato. Um exemplo clássico é o fósforo: ele se movimenta com menor agilidade em solos argilosos. Por isso, a adubação e a correção do solo são tão vitais. 

O solo argiloso é um tipo muito frequentemente encontrado no Brasil. Por isso, é importante se informar para se preparar de maneira adequada para o plantio, fazendo a correção certa do solo, repensando a necessidade de drenagem, tipo de plantio e culturas. Com os cuidados certos, você garante a produtividade da sua safra

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