Ano após ano, produtores enfrentam infestação de plantas daninhas em suas culturas. Algumas são mais fáceis de serem removidas, enquanto outras daninhas tem seu combate bem mais complexo. É o caso da corda-de-viola. Por trás do seu aspecto vistoso, com flores […]
Ano após ano, produtores enfrentam infestação de plantas daninhas em suas culturas. Algumas são mais fáceis de serem removidas, enquanto outras daninhas tem seu combate bem mais complexo. É o caso da corda-de-viola.
Por trás do seu aspecto vistoso, com flores de tonalidades distintas, essa planta esconde desvantagens que afetam, principalmente, lavouras perenes como cafezais e pomares, mas também diversas culturas importantes como soja, milho, cana-de-açúcar e feijão.
Neste artigo, você vai conhecer mais sobre a corda-de-viola e seus potenciais prejuízos, além de aprender também como realizar o seu manejo, evitando que ela se alastre.
A Ipomea sp. ou corda-de-viola é uma planta daninha com coloração vistosa. Seus outros nomes populares são corriola, campainha e jetirana.
Por ter diferentes espécies, (estudos indicam que existam mais de 140 tipos de corda-de-viola espalhados por todas as regiões do país) essa erva pode apresentar folhas tanto inteiras quanto recortadas. Sua flor também varia em tonalidades que vão do branco ao roxo.
A corda-de-viola é uma erva trepadeira e invasora anual, com alta adaptabilidade ao solo e que se reproduz por sementes. Em um curto espaço de tempo, ela se enrola nas culturas, podendo atingir até três metros de altura.
Com caule e ramos finos, fibrosos e longos, a corda-de-viola é muito resistente, se espalha pelo chão, conseguindo subir em obstáculos que encontra pelo caminho. Isso torna a colheita de determinadas culturas muito mais difícil, como é o caso da soja e do milho, já citados.
A corda-de-viola causa um transtorno no processo de colheita. Quando as colhedoras passam, as daninhas podem bloquear o cilindro, fazendo com que a eficácia na colheita caia consideravelmente.
Já foi identificado em estudos que a corda-de-viola pode ser muito prejudicial, por exemplo, para a soja, a oleaginosa mais cultivada no Brasil. Além de afetar o bolso do produtor, sua produção, em alguns casos, chega reduzir 45%.
Sem contar que seus ramos, quando se entrelaçam nas plantas, competem por recursos essenciais como água, luz e nutrientes. No período crítico de competição, que se estende, em geral, até 50 dias após a emergência das plantas, a redução da produtividade se torna mais acentuada.
Outro prejuízo causado é a elevação da umidade dos locais onde a corda-de-viola se encontra. Essa umidade é transferida para os grãos, levando a uma depreciação da qualidade da cultura e aumentando os gastos com a secagem.
Ela também favorece o aumento de pragas na armazenagem, o que representa mais uma desvantagem para o produtor na hora de comercialização das sacas, visto que qualidade entregue ao consumidor pode ficar comprometida. Durante esse período, os prejuízos provocados são irreversíveis.
A corda-de-viola exige um manejo minucioso e integrado para eliminar os problemas que ela causa. Quando essa daninha é da espécie de folhas largas, o combate se torna ainda mais difícil.
Veja a seguir alguns controles eficazes.
O controle de prevenção é uma metodologia de baixo custo e bem simples se comparada a outras, quando se trata da corda-de-viola, justamente por evitar o seu aparecimento e proliferação junto ao cultivo da cultura.
Como a reprodução da corda-de-viola se dá por meio das sementes, é imprescindível que o produtor foque na limpeza cuidadosa de suas máquinas e outras ferramentas, a fim de eliminar resquício que possam ter ficado de outras colheitas.
Usar sementes ou mudas modificadas também é indicado no combate preventivo, já que isso dificulta a entrada das plantas daninhas na cultura, barrando a sua dispersão pelo espaço.
O controle cultural foca no uso de boas técnicas agrícolas que ajudam a favorecer o crescimento de determinada cultura. A metodologia engloba a adoção de algumas práticas, como:
Um manejo bastante tradicional e simples é a aplicação de herbicidas. Muitos desses produtos trazem “dormência” a sementes da corda-de-viola, evitando assim que ela germine.
A sua aplicação é feita após a colheita ou plantio, fazendo assim com que os fluxos de crescimento da corda-de-viola sejam reduzidos.
No entanto, é preciso atenção: quanto mais se afasta desses dois períodos, maiores as chances de desenvolvimento dessa planta daninha, por isso, a aplicação deve ser feita o quanto antes.
O controle mecânico é feito por meio de ferramentas, como enxadas fixas e rotativas. Mesmo depois da aplicação do herbicida é importante utilizar tal equipamento, aliás, ele é bastante comum nas pequenas propriedades rurais. Isso acontece porque o uso de outras metodologias é limitado, dadas as especificidades do terreno, como a topografia dele, e também a falta de outras ferramentas.
Quando se fala em grandes propriedades, o cenário muda. Nesse caso, o controle mecânico é mais complicado, devido à grande extensão do terreno e a necessidade de maior agilidade, o que não é possível usando enxadas.
No controle físico, o processo pode acontecer de diferentes maneiras: por meio de cobertura morta, inundação ou drenagem. Eles são utilizados basicamente para prevenir que as plantas daninhas resistentes à herbicidas se espalhem pela cultura.
A ideia é que quanto mais métodos forem utilizados, melhor será o manejo da corda-de-viola. Afinal, quando ela se prolifera, fica mais difícil o seu controle.
A corda-de-viola tem um potencial negativo no crescimento, desenvolvimento e produtividade de diferentes culturas, como mostrado ao longo do artigo. Por essa razão é tão importante realizar o manejo integrado para evitar que ela traga mais prejuízos à propriedade.
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