Corda-de-viola: o que é e como é feito o seu manejo?
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Corda-de-viola: o que é e como é feito o seu manejo?

5 min de leitura

Ano após ano, produtores enfrentam infestação de plantas daninhas em suas culturas. Algumas são mais fáceis de serem removidas, enquanto outras daninhas tem seu combate bem mais complexo. É o caso da corda-de-viola.   Por trás do seu aspecto vistoso, com flores […]

por Luisa Torres
15 de julho de 2021
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Corda-de-viola: o que é e como é feito o seu manejo?
corda-de-viola

Ano após ano, produtores enfrentam infestação de plantas daninhas em suas culturas. Algumas são mais fáceis de serem removidas, enquanto outras daninhas tem seu combate bem mais complexo. É o caso da corda-de-viola.  

Por trás do seu aspecto vistoso, com flores de tonalidades distintas, essa planta esconde desvantagens que afetam, principalmente, lavouras perenes como cafezais e pomares, mas também diversas culturas importantes como soja, milho, cana-de-açúcar e feijão.  

Neste artigo, você vai conhecer mais sobre a corda-de-viola e seus potenciais prejuízos, além de aprender também como realizar o seu manejo, evitando que ela se alastre.

Daninha corda-de-viola ataca culturas importantes como a soja
Daninha corda-de-viola ataca, principalmente, culturas perenes, mas também traz prejuízos para culturas importantes como a soja.

O que é corda-de-viola?

Ipomea sp. ou corda-de-viola é uma planta daninha com coloração vistosa. Seus outros nomes populares são corriola, campainha e jetirana.   

Por ter diferentes espécies, (estudos indicam que existam mais de 140 tipos de corda-de-viola espalhados por todas as regiões do país) essa erva pode apresentar folhas tanto inteiras quanto recortadas. Sua flor também varia em tonalidades que vão do branco ao roxo.  

A corda-de-viola é uma erva trepadeira e invasora anual, com alta adaptabilidade ao solo e que se reproduz por sementes. Em um curto espaço de tempo, ela se enrola nas culturas, podendo atingir até três metros de altura.

Com caule e ramos finos, fibrosos e longos, a corda-de-viola é muito resistente, se espalha pelo chão, conseguindo subir em obstáculos que encontra pelo caminho. Isso torna a colheita de determinadas culturas muito mais difícil, como é o caso da soja e do milho, já citados.  

Flor daninha corda viola na terra
Flor da corda-de-viola. Suas cores variam do branco ao roxo.

Quais são os danos causados pela corda-de-viola?

A corda-de-viola causa um transtorno no processo de colheita. Quando as colhedoras passam, as daninhas podem bloquear o cilindro, fazendo com que a eficácia na colheita caia consideravelmente.

Já foi identificado em estudos que a corda-de-viola pode ser muito prejudicial, por exemplo, para a soja, a oleaginosa mais cultivada no Brasil. Além de afetar o bolso do produtor, sua produção, em alguns casos, chega reduzir 45%.  

Sem contar que seus ramos, quando se entrelaçam nas plantas, competem por recursos essenciais como água, luz e nutrientes. No período crítico de competição, que se estende, em geral, até 50 dias após a emergência das plantas, a redução da produtividade se torna mais acentuada.  

Outro prejuízo causado é a elevação da umidade dos locais onde a corda-de-viola se encontra. Essa umidade é transferida para os grãos, levando a uma depreciação da qualidade da cultura e aumentando os gastos com a secagem. 

Ela também favorece o aumento de pragas na armazenagem, o que representa mais uma desvantagem para o produtor na hora de comercialização das sacas, visto que qualidade entregue ao consumidor pode ficar comprometida. Durante esse período, os prejuízos provocados são irreversíveis.  

Como é o manejo da corda-de-viola? 

A corda-de-viola exige um manejo minucioso e integrado para eliminar os problemas que ela causa. Quando essa daninha é da espécie de folhas largas, o combate se torna ainda mais difícil.  

Veja a seguir alguns controles eficazes.  

Controle preventivo 

controle de prevenção é uma metodologia de baixo custo e bem simples se comparada a outras, quando se trata da corda-de-viola, justamente por evitar o seu aparecimento e proliferação junto ao cultivo da cultura.

Como a reprodução da corda-de-viola se dá por meio das sementes, é imprescindível que o produtor foque na limpeza cuidadosa de suas máquinas e outras ferramentas, a fim de eliminar resquício que possam ter ficado de outras colheitas. 

Usar sementes ou mudas modificadas também é indicado no combate preventivo, já que isso dificulta a entrada das plantas daninhas na cultura, barrando a sua dispersão pelo espaço.  

Controle cultural 

controle cultural foca no uso de boas técnicas agrícolas que ajudam a favorecer o crescimento de determinada cultura. A metodologia engloba a adoção de algumas práticas, como:  

  • rotação de culturas: nesse caso, a diversificação no plantio é o que faz com que as espécies de plantas daninhas sejam reduzidas, principalmente aquelas que têm controle mais complexo, como é o caso da corda-de-viola; 
  • integração entre lavoura e pecuária: quando possível fazer plantar a cultura e depois seguir por um período de pecuária; 
  • cobertura do solo na entressafra: o solo não deve ficar sem cobertura, mesmo após a colheita. A cobertura inibe a emergência de algumas espécies de plantas daninhas que necessitam de mais luz para germinar. No caso da cana, essa cobertura também é possível utilizando-se da palhada.   

Controle químico 

Um manejo bastante tradicional e simples é a aplicação de herbicidas. Muitos desses produtos trazem “dormência” a sementes da corda-de-viola, evitando assim que ela germine.  

A sua aplicação é feita após a colheita ou plantio, fazendo assim com que os fluxos de crescimento da corda-de-viola sejam reduzidos.

No entanto, é preciso atenção: quanto mais se afasta desses dois períodos, maiores as chances de desenvolvimento dessa planta daninha, por isso, a aplicação deve ser feita o quanto antes.  

Controle mecânico  

controle mecânico é feito por meio de ferramentas, como enxadas fixas e rotativas. Mesmo depois da aplicação do herbicida é importante utilizar tal equipamento, aliás, ele é bastante comum nas pequenas propriedades rurais. Isso acontece porque o uso de outras metodologias é limitado, dadas as especificidades do terreno, como a topografia dele, e também a falta de outras ferramentas.  

Quando se fala em grandes propriedades, o cenário muda. Nesse caso, o controle mecânico é mais complicado, devido à grande extensão do terreno e a necessidade de maior agilidade, o que não é possível usando enxadas. 

Controle físico  

No controle físico, o processo pode acontecer de diferentes maneiras: por meio de cobertura morta, inundação ou drenagem. Eles são utilizados basicamente para prevenir que as plantas daninhas resistentes à herbicidas se espalhem pela cultura.

A ideia é que quanto mais métodos forem utilizados, melhor será o manejo da corda-de-viola. Afinal, quando ela se prolifera, fica mais difícil o seu controle.  

A corda-de-viola tem um potencial negativo no crescimento, desenvolvimento e produtividade de diferentes culturas, como mostrado ao longo do artigo. Por essa razão é tão importante realizar o manejo integrado para evitar que ela traga mais prejuízos à propriedade. 

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