Você já se pegou pensando se seria melhor optar pelo sistema de plantio direto ou se pelo modo convencional? Saiba que essa é uma dúvida frequente de muitos produtores rurais, sejam grandes ou pequenos. Enquanto o jeito convencional pode trazer […]
Você já se pegou pensando se seria melhor optar pelo sistema de plantio direto ou se pelo modo convencional? Saiba que essa é uma dúvida frequente de muitos produtores rurais, sejam grandes ou pequenos.
Enquanto o jeito convencional pode trazer a baixa fertilidade do solo e favorecer a erosão a longo prazo, o sistema direto traz mais vantagens, como a melhor conservação do solo e uma ajuda importante contra daninhas.
Mas nem sempre fica claro para os produtores quais as técnicas envolvidas e como começar com o plantio direto, apesar de todos os seus benefícios. Nesse caso, você está no artigo certo!
A seguir, a gente traz um panorama completo desse jeito de fazer a semeadura. Acompanhe para entender.
O sistema de plantio direto (ou SPD) é a semeadura sem fazer preparo do solo e mantendo resíduos de vegetais. Trata-se de um jeito de fazer o manejo do solo com as técnicas recomendadas para aumentar a produtividade, sem deixar de lado a conservação desse, melhorando sempre o ambiente de cultivo e tornando o plantio ainda mais sustentável.
Devemos ressaltar que, nessa técnica de semeadura, a semente é colocada no solo sem existir prévia aração ou gradagem leve niveladora — e isso apenas é possível usando semeadoras especiais. Na prática, é feito um pequeno sulco, que é aberto com largura e profundidade exatas para a cobertura e contato da semente com o solo.
O SPD envolve três técnicas essenciais. Nós falamos delas na sequência!
Uma das técnicas do sistema de plantio direto é não mexer ou mexer minimamente no solo. Afinal de contas, o indicado é que o solo seja revolvido apenas na linha da semeadura, a fim de remover camadas compactadas, deixando-o mais homogêneo. Lembre-se de que revolver significa inverter as camadas do solo a partir de um arado.
Fazer a cobertura do solo com palhada nada mais é do que cobrir o solo com a matéria orgânica formada pelos restos da planta que já foi colhida. Na prática, funciona assim: a máquina colhedora retira a planta da terra e separa os grãos, certo? O que sobra, os galhos, as folhas e as raízes, são triturados e voltam para fazer essa cobertura do solo.
Veja só como a palhada traz vantagens:
Esse é um método que consiste na alternância de espécies vegetais em uma mesma área, em determinado período de tempo. Ou seja, quando você faz uma rotação de culturas, acaba revezando os tipos de plantio em uma mesma terra, o que é um jeito importantíssimo de reduzir os impactos da monocultura, tornando a terra ainda mais rica e fértil. Outro ponto interessante é que a rotação de cultura ajuda a evitar os estragos por daninhas e demais pragas, tendo em vista que desfavorece seu ciclo de vida
Ainda vamos falar de todas as vantagens do sistema de plantio direto, mas o fato é que esse sistema atende a uma das recomendações da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), a Eco-92 e também da Agenda 21 brasileira, fazendo com que os produtores estejam de acordo com a assinatura do Protocolo Verde.
Isso se deve ao fato de que o sistema de plantio direto é uma forma mais sustentável de uso do solo, uma prática que evita e controla a erosão do solo ou ao esgotamento deste.
Sabemos que pessoas e empresas se preocupam com a produção daquilo que consomem, e isso tem acontecido mais e mais. Assim, quando você opta por técnicas que não esgotam o solo, como o sistema de plantio direto, está mostrando que se preocupa com sustentabilidade.
Vale dizer que o SPD é conhecido em algumas regiões do Brasil desde o início dos anos 1970, principalmente no Paraná, quando começou a se notar a erosão dos solos no local. Em países europeus, a técnica já era comum.
Hoje, a adoção por parte dos agricultores tem aumentado bastante, ultrapassando as fronteiras sulistas. Segundo dados do último levantamento do IBGE, estima-se que a área agrícola com SPD no Brasil é de cerca de 33 milhões de hectares.
Bom, já que esse modo de semeadura é tão importante e altamente recomendado, está na hora de entender todos os seus benefícios. Siga com a gente pra saber!
O SPD impacta diretamente nas condições de solo (como os solos arenosos e argilosos), melhorando também o desenvolvimento das plantas, o que gera aumento da produtividade nas lavouras. Sendo esse um dos principais benefícios do Sistema de Plantio Direto. Assim, para o Sistema existir, os restos culturais devem cobrir, pelo menos, 80% da superfície do solo, ou manter 6 t/ha de matéria seca para cobertura.
Em algumas culturas, como da soja e algodão, as plantas de cobertura ajudam na aquisição de nutrientes. Em períodos de falta de chuva, as raízes das plantas de cobertura buscam por água em locais profundos do solo, absorvendo nutrientes que ficarão acumulados na matéria seca. Quando se planta algodão ou soja, essas culturas podem utilizar o nitrogênio da matéria seca.
Vale dizer que a produtividade dos cultivos e a qualidade do plantio melhora demais, promovendo incrementos de até 30% nos números produtivos, valor esse que pode chegar a 50% em épocas de seca. A cultura de milho, quando feita no SPD, traz uma maior produção e manutenção de restos culturais (palhada) na superfície do solo, segundo estudiosos da Embrapa.
Além da diminuição do uso de máquinas, o Sistema de Plantio Direto reduz o uso de agroquímicos, uma vez que diminui a presença de doenças e pragas com a recuperação da qualidade do solo.
Em áreas irrigadas, o Sistema reduz também o consumo de água. Com a cobertura do solo, a perda de líquido por evaporação é reduzida e as plantas também diminuem as perdas por transpiração. No plantio de milho, segundo a Embrapa, o sistema convencional demanda cerca de 62 litros de diesel por hectare, já o modo de plantio direto consome 29 litros. Uma grande diferença, certo? Sem falar que quanto menos combustível, mais sustentável é a produção.
Um dos maiores problemas de degradação do solo e produtividade é a erosão, que provoca a perda de minerais de camadas fértil do solo. Porém, uma vez coberto por resíduos vegetais – como propõe o Sistema de Plantio Direto – o solo não fica mais exposto e deixa de passar pelos fatores que levam à erosão, como criar crostas de terra que impediriam a absorção da água e também o assoreamento. A Embrapa destaca as principais funções da palhada no plantio direto:
Com a rotação de culturas feita pelo sistema de plantio direto, as daninhas são mais facilmente controladas, o que ajuda demais e também traz certa economia quando se pensa em defensivos.
Como você acabou de ver, as vantagens de se apostar no plantio direto são bem interessantes. Porém, ainda há algumas desvantagens que você deve considerar ao escolher ou não o seu método de plantio. Entenda as principais delas:
O fato é que o plantio direto não esgota o solo e isso, por si só, é uma vantagem que precisa ser levada em conta por qualquer produtor.
Agora que você já entendeu as vantagens, desvantagens e algumas das técnicas do sistema de plantio direto, podemos ir para o passo a passo, não é? Veja só quais são as etapas necessárias nesse estilo de semeadura.
Além desses fatores, vale ressaltar a importância do planejamento no momento da escolha das espécies vegetais a serem rotacionadas no sistema, sendo indicado intercalar culturas econômicas com aquelas produtoras de biomassa.
O sistema de plantio convencional obriga os agricultores a trabalharem o solo de forma mais intensa — toda a vegetação do terreno é removida e a terra é revolvida com aração e gradagem, o que ajuda no crescimento das raízes das plantas.
Já o sistema de plantio direto, não tem a etapa da aração e gradagem, e ainda usa a cobertura vegetal anterior. Ele ainda pede uma rotação de culturas, evitando a erosão do solo, como pode acontecer no método convencional.
Para garantir que o sistema de plantio direto não será um problema, responda às nossas perguntas a seguir.
Se você respondeu sim a todos esses questionamentos, pode sim dar início ao sistema de plantio direto em suas lavouras!
De 1970 pra cá, muita inovação chegou e o sistema de plantio direto ficou ainda mais interessante aos produtores. Por exemplo, o controle das plantas daninhas por meio do SPD exige conhecimento de banco de sementes do solo e deve reunir métodos integrados de controle rotacionando herbicidas com diferentes modos de ação.
Dessa forma, o controle de daninhas não interfere nas propriedades do solo, melhorando a produtividade durante a rotação de culturas.
Segundo a Embrapa, a produtividade da soja melhora cerca de 50% no SPD, quando comparamos ao método convencional. A diferença fica ainda mais gritante durante a fase da seca, sabia?
Sem falar que o sistema de plantio direto está ainda mais de acordo com os interesses atuais de sustentabilidade, o que inclui menores gastos com combustíveis e manutenção da biodiversidade do solo.
Vale dizer, ainda, que o sistema de plantio direto é uma possibilidade tanto para grandes produtores rurais quanto para os pequenos. Para esses últimos, é interessante visto que permite racionalizar os custos, o uso de equipamentos e o próprio tempo dos produtores.
Portanto, a dica é parar para refletir: começar a investir no plantio direto permite que você poupe a sua terra de desgastes e garanta uma produção sustentável.
Fonte da imagem de capa: EMBRAPA / Foto: Paulo Kurtz
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